Manter o solo permanentemente coberto por plantas é um dos princípios do SPDH
08/10/2025 | Assessoria de comunicação – Epagri
Reprodução – Epagri
Em junho deste ano, a propriedade do casal Luiz Carlos de Paula e Cecília Neckel de Paula, em Planalto Alegre, começou a implementar um projeto-piloto da Epagri, para o cultivo de hortaliças para autoconsumo, através do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH).
Inicialmente, foram realizados trabalhos de correção do solo e a semeadura das plantas de cobertura, também chamadas de adubos verdes. Na segunda fase, realizada no dia 19 de setembro, além do planejar junto aos extensionistas da Epagri o que seria cultivado na área de menos de um hectare, Luiz Carlos e Cecília realizaram a etapa de acamamento das plantas de cobertura e o plantio de mudas e sementes.
O objetivo do acamamento é deitar as plantas de cobertura, sem cortas suas hastes, para proteger o solo da irradiação solar e do acúmulo de água que pode provocar erosão. Além disso, o cultivo no verde melhora a qualidade e a fertilidade do sistema, promovendo mais infiltração hídrica e fluxo de oxigênio no perfil do solo, aumentando a ciclagem de nutrientes disponibilizados para as plantas, explica o extensionista da Epagri no município de Guatambu, Fábio Montagna. Deste modo, nesta técnica, as plantas de cobertura permanecem um tempo viva sobre o solo, coexistindo com o cultivo de interesse, colaborando para o equilíbrio ambiental.
Foram selecionadas dez variedades de grãos e hortaliças como couve, tomate, repolho brócolis, feijão, abóbora, abobrinha, milho e mandioca, plantados em quatro talhões, sinalizados em um mapa para auxiliar na identificação e na rotação das culturas. Depois de realizado o acamamento e o plantio das mudas e das sementes selecionadas, Cecília e Luiz Carlos aplicaram também o biofertilizante, produzido na unidade portátil de produção de biofertilizantes, que eles possuem em sua residência.
Por se tratar de um projeto-piloto, estas atividades também são um espaço para capacitação e colaboração coletiva entre profissionais da Epagri e agricultores de Planalto Alegre e municípios vizinhos, que vêm até a propriedade para ajudar nos mutirões e aproveitam para aprender, trocar e transformar conhecimentos. Os encontros aliam práticas didático-pedagógicas, ciência, tecnologia e conhecimento popular. Os agricultores e agricultoras que auxiliam nesta propriedade fazem parte do grupo de agroecologia Verde Alegre, formado em 2017 na cidade de Planalto Alegre. Além de Fábio Montagna, participaram da atividade os extensionistas Suzana Corá, Vilson Queiroz, Dirceu Ferri, Paulo Ficagna, Eduardo Ribeiro Nazarian e Fabricio Zanini Gonçalves.
Práticas como estas podem trazer benefícios para os agricultores e suas famílias, pois reduzem os custos com alimentos que podem ser produzidos em casa, além de diminuir a exposição das pessoas e do solo aos agrotóxicos.
Por: Karin Helena Antunes de Moraes, jornalista bolsista na Epagri/Fapesc
