Além de elaborar os projetos de financiamento, a Instituição presta assistência em todas as etapas da produção
18/11/2025 | Assessoria de comunicação – Emater/RS
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A Emater/RS-Ascar atua junto às comunidades quilombolas com ações de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) visando promover o desenvolvimento sustentável, a inclusão produtiva, a segurança alimentar e o fortalecimento da identidade cultural. No contexto do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, esse trabalho evidencia a importância de enfrentar as desigualdades raciais e valorizar o protagonismo dos povos tradicionais na construção da história e da vida no campo gaúcho.
O crédito assistido é uma das ferramentas de Aters empregadas pela Emater/RS-Ascar a fim de auxiliar as famílias rurais a conquistarem mais autonomia e continuarem produzindo alimentos de qualidade, orientando e acompanhando o uso do crédito rural pelos agricultores. Além de elaborar os projetos de financiamento, a Instituição presta assistência em todas as etapas da produção, desde a escolha do investimento até o manejo do solo e o planejamento das atividades produtivas, ajudando a reduzir riscos e garantir o uso eficiente dos recursos.
Em Piratini, no Sul do Estado, a família de Ana Paula Cardoso Severo e Aldoir Teixeira Porto, remanescentes de quilombo, comemora os resultados obtidos com o acesso ao Pronaf A Quilombola, linha de crédito voltada ao fortalecimento da agricultura familiar. Eles foram os primeiros do município a conquistar o financiamento, no valor de R$ 50 mil, utilizado para melhorar a infraestrutura da propriedade de 2,5 hectares e facilitar o trabalho no campo.
Com o recurso, a família investiu na compra de máquinas e equipamentos, como um motocultivador tratorito, roçadeira, motosserra, motobomba para irrigação, gerador de energia, telhas para reforma do galpão e outras ferramentas como furadeira e soldador. “A gente antes não tinha como fazer as coisas. Muitas vezes não conseguia pagar o trator para preparar a terra. Agora já conseguimos plantar feijão, melão, melancia, abóbora, e temos tudo organizado. Está valendo muito a pena”, comemora Ana Paula.
O casal mantém ainda uma horta adubada de forma orgânica e produção diversificada para consumo próprio e venda local. “Aqui eu faço adubo com cascas de frutas e ovos, esterco de galinha, erva-mate. Tudo é aproveitado, nada leva adubo químico. A gente planta milho, feijão, hortaliças e mantém criação de galinhas e porcos. Também vendo leite e ovos para os vizinhos, faço meu queijo, meus doces”, conta Ana Paula.
As mudas de capiaçu e napier roxo cultivadas na propriedade vieram da Embrapa, assim como uma variedade tradicional de feijão. “Eu trouxe seis tubetes de mudas de um dia de campo e hoje temos bastante. Também plantei o feijão da Embrapa, colhi para o consumo e guardei a semente para replantar”, explica.
O crédito do Pronaf A veio para somar aos projetos anteriores conquistados com o apoio da Emater/RS-Ascar, que acompanha a família há mais de dez anos. “Eles começaram lá na época do Plano Brasil Sem Miséria. Depois vieram projetos como o do galinheiro, o Segunda Água, com o açude, e o Feaper, voltado à suinocultura. Agora, com o Pronaf A, conseguimos reduzir a penosidade do trabalho”, relata a extensionista rural Simone Padilha.
A Aters também orienta a preservação ambiental. “A Simone nos ajudou a proteger a cacimba, que é uma fonte de água para nossa propriedade, criando uma Área de Preservação Permanente (APP). Ali não entra animal, é um local fechado para garantir a proteção da água”, explica Ana Paula.
Para a extensionista, o Pronaf A é uma oportunidade de promover autonomia e permanência das famílias no campo. “É um crédito muito bom, com juros de apenas 0,5% ao ano, dez anos para pagar e até três de carência. Quem paga em dia ainda tem um bônus de 40%. Aqui em Piratini já temos 80 projetos elaborados e 45 contratos assinados, entre quilombolas, assentados e beneficiários do crédito fundiário”, detalha Simone.
Ela destaca que o sucesso do programa depende da integração entre quatro pontos fundamentais, comparando a estrutura a um banquinho de quatro pés: “Uma política pública viável, a assistência técnica para dar o suporte, os agentes financeiros comprometidos e, o mais importante, o produtor rural interessado em buscar sua autonomia. Quando esses quatro pés estão firmes, o produtor melhora as condições de vida e permanece no campo produzindo alimentos seguros”, resume.
Outro extensionista rural da Emater/RS-Ascar, que também acompanha a família, Eduardo Souto Mayor reforça a importância de histórias como a de Ana Paula e Aldoir. “Eles aplicaram bem os recursos e isso serve de exemplo. Essa conquista ajuda a abrir caminho para que outras famílias quilombolas também tenham acesso a esse direito e possam dar um salto nos seus investimentos”.
Com planejamento, apoio técnico e gestão cuidadosa do crédito, o resultado é visível na propriedade. “É uma valorização, a gente trabalha até mais feliz. Agora temos condições de produzir e ver o fruto do nosso trabalho”, conclui Ana Paula.
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