Iniciativas apresentadas mostram papel central da Ater Pública e Pesquisa Agropecuária brasileiras na sustentabilidade e segurança alimentar no Brasil
26/11/2025 | Assessoria de Comunicação – Asbraer | Ana Karoliny Barros
Apresentação da Iniciativa Umos | Foto: Ascom/Fiperj
Nesta quarta-feira (26), a 68ª Assembleia Geral Ordinária da Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer), realizada no Rio de Janeiro, abriu espaço para a apresentação de novos projetos e parcerias estratégicas que podem apoiar a atuação da extensão rural pública e a pesquisa agropecuária no país.
Iniciativas envolvendo pesquisa acadêmica, formação de extensionistas, financiamento internacional e aporte estrutural às instituições estaduais de Ater foram detalhadas por instituições nacionais e estrangeiras, reforçando o papel da Asbraer como articuladora de políticas e investimentos para o setor da agropecuária e ao desenvolvimento do Brasil.
Projeto ERA
A professora Flaviane Canavesi, da Universidade de Brasília (UNB), apresentou o Projeto Extensão Rural e Agroecologia (ERA), uma iniciativa de pesquisa e formação que tem por finalidade identificar as principais fragilidades e potencialidades da execução da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (PNATER), proporcionando subsídios para a qualificação das ações de Extensão Rural.
Para Flaviane, o objetivo central é compreender na prática o trabalho do extensionista. “A ideia é pensar como está o ofício extensionista e sistematizar aprendizagens, oportunidades e limitações da PNATER para o fortalecimento da extensão rural e da agroecologia.” O ERA vem realizando pesquisas em todo o território nacional abrangendo as realidades dos diferentes biomas em perspectiva agroecológica, avaliando procedimentos, normas e metodologias.
A Asbraer já é uma parceira do projeto desde a primeira formação, iniciada em 2024. Desde então, já somaram mais de mil inscritos, envolvendo extensionistas, professores, estudantes, gestores, agricultores e até consumidores, com temas como agroecologia e legislação.
Iniciativa UMOS
Na agenda internacional, foi apresentada uma Iniciativa UMOS (Unidade de Matéria Orgânica Sustentável) voltada para regeneração de solos e a geração de crédito de carbono. Segundo a consultora da da Qarbon, Narimann Fernandes, “a empresa tem como foco colocar o agricultor familiar e o pecuarista no centro da transição sustentável, oferecendo tecnologia acessível e renda adicional validada no mercado internacional de carbono”.
O projeto busca usar tecnologia para transformar esterco animal em húmus de alta integridade por meio de compostagem aeróbica controlada, reduzindo 80 a 85% das emissões de metano, gerando créditos de carbono certificados pela Gold Standard e com repasse de royalties aos produtores e as instituições da Rede Asbraer participantes.
Caso avance, o projeto funcionará com fases de implementação com articulações junto aos Planos ABC de diversos estados e os governos estaduais.
Fundo de investimento internacional
O representante do Fundo de Investimento ADIG (Abu Dhabi), Sheik Mohamed, apresentou uma proposta de financiamento voltada à recuperação de pastagens e ao fortalecimento da produção agrícola. Ele destacou a urgência dos países árabes em ampliar a segurança alimentar. “Temos uma grande deficiência em alimentos. Nosso objetivo é investir no agronegócio e oferecer financiamento diretamente ao produtor”, afirmou.
O diretor internacional do Programa Terra Viva, Vitor Andrade, destacou que “a ideia é que sejamos parceiros em cada estado e que a Emater operacionalize. Os investimentos seriam na Emater, para infraestrutura e pessoal”.
O presidente da Asbraer, Otávio Maia, ressaltou que “é uma oportunidade que vem ao encontro de tudo que estamos pensando: levar benefício ao produtor, fortalecer a segurança alimentar e melhorar nossas estruturas sem desvalorizar o trabalho que já exercemos”. As tratativas são apenas iniciais.
O presidente lembrou a confiança que as instituições estaduais de Ater e Pesquisa Agropecuária construíram ao longo das décadas. “Quando o extensionista chega no campo, ele entra com tapete vermelho. Tem produtor que diz: ‘não acreditava na proposta da Emater, mas como foi o meu extensionista que falou, eu apostei e hoje sou referência para outros produtores”.
